POR FAVOR, PAPAIZINHO, VAMOS!

 

 

Uma garotinha, de olhos cintilantes,

Rostinho alegre, olhar resplandecente,

Assim falou: “Papaizinho, está na hora.

À Escola Dominical, vamos agora.

Lá, de Jesus, o amor eles ensinam,

De como Ele morreu, por todos que O buscam.”

“Ah!” diz o papai, “não...hoje não,

Pois trabalhei toda a semana; vou ao ribeiro.

Lá eu repouso e vou descansar.

A pesca é agradável, todos afirmam.

Vá saindo e não me aborreça...

Vamos à igreja qualquer dia.

Meses e anos, afinal se foram,

E o papai não mais ouviu o apelo:

“Vamos à Escola Dominical”!

Os dias da infância se passaram.

Agora que o pai envelhecera,

E que da vida o fim já se aproxima,

Tempo ele encontra para à igreja ir.

Porém, a filha, ao seu convite diz:

“Não...hoje não, papai,

Fiquei insone quase toda a noite.

Recuperar eu deve um pouco o sono.

“Demais, o meu semblante assusta...”

Então, o pai para enxugar as lágrimas,

A trêmula mão levanta.

E relembrando os tempos que se foram

Distintamente, parece ouvir a suplicante voz

E ver da criancinha o rosto respladescente

Pra si voltado, em cintilante olhar a lhe dizer:

“Está na hora da Escola Dominical...

Por favor... não queres ir, papai?”